- Eu nunca tive escolha.
- Sim, você teve. Tantas pessoas já passaram na sua vida, tantas...
Meu rosto foi tomado por indignação, o que ele queria dizer com isso?
- E você nunca aproveitou nenhuma chance de que a vida te deu. Você não aproveitou nada e agora quer reclamar? Você um dia me teve.
- Hoje não tenho mais.
- Não, não tem. Mas teve. Perdeu. Como perdeu tudo.
- Eu sei, e pare de jogar isso na minha cara. É o que menos preciso agora.
- E do que precisa então? De algo novo para despedaçar? Quebrar, romper, corroer e depois dizer que nunca tem chance alguma de ser feliz? Por Deus Roberta.
- O que fiz de errado com você? Eu nunca fiz nada...
- É, você nunca fez nada por mim.
- Você sabe melhor que ninguém que não daríamos certo nunca.
- Sei? Como eu poderia saber se você nunca deixou nós descobrirmos? Não era uma opção sua, e mesmo assim você tomou tudo pra você e transformou algo que poderia dar certo em nada. É bom mesmo se lamentar Roberta, é só isso que te restou.
- Por que está me dizendo isso agora? Eu não preciso...
- Precisa! Precisa escutar cada uma dessas coisas. Você procurou isso, agora ature isso. Eu nunca lhe falei nada, mas agora eu digo com toda convicção possível: Você procurou isso, você vai aturar isso.
- Escuta aqui, você não sabe de nada! Nada! E pare de me interromper, tenha educação. Você acha que eu gosto disso? Você acha que é fácil pra mim?
- O que eu sei é que você procurou isso e agora fácil ou não, você terá de aguentar.
- Sozinha.
- É. Sozinha.
Um longo momento de silencio, então falei:
- Eu sei que não daríamos certo.
- Não há mais uma interrogação. Hoje não há mais nada.
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