segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor dolorido.

Quando era pequena, minha mãe me abraçava bem forte, cheirava meu pescoço e dizia baixinho "Eu te amo tanto que chega a doer." E só agora, anos depois, com centímetros a mais, pude entender o que ela quis dizer com isso. Não que eu tenha me tornado mãe e exatamente por isso, dou as devidas distinções que uma relação de mãe-e-filha merece. Mas sinceramente, ao olhar sua foto hoje pela manhã só consegui lembrar do sussurro de minha mãe... É que eu te amo tanto que chega a doer. E me contorce as vísceras, me corrói o peito, me desmonta o equilíbrio essa dor que é te amar. Estava tudo em perfeita harmonia, eu me refugiava a qualquer resquício alheio para esconder o que realmente se passava, até a sua foto aparecer, os lábios finos e pontudos, o olhar sério de quem impõe respeito. A mesma cara mandona de quem me ordenava o que eu nunca obedecia. Seus termos só resultam em um peito que sufoca diariamente um amor dolorido.

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