terça-feira, 25 de outubro de 2011
Cobra Criada.
Hoje disseram que sou cobra criada da selva de pedra, um desses hippongas malucos desses lugares que eu andei passando. Só ri e bebi mais um gole. Que lugar é esse? Em qual esquina eu entrei? Esses versinhos escritos pra você nos guardanapos das mesas já passou de chato... E todo mundo me pergunta quem é a tal morena que eu falo nos meus poemas. E eu respondo assim: Ela está longe. Ela está sempre longe. Venha pra perto morena, porque a selva é de pedra, mas eu sou moça criada, sou cobra vingada. Fiz um palácio pros sapos, pus meia em passarinho... Faz sentido? Nem eu tenho mais razão. Os goles foram muitos, resolvi sair do bar alternativo, demais até para mim. Sai em algum beco desconhecido pra encontrar a ruiva de pernas compridas, mas essa estava perto demais, então meus passos foram para trás. Desculpa, acho que me equivoquei. Não era bem essa rua que eu queria entrar. Ela sorriu gentil, disse que eu poderia lhe acompanhar. Dispensei, mesmo cogitando a ideia. Acasos me puseram em frente a porta de outra. Essa: Loira. E agora meu Deus, o que faço eu? Sorri cambaleante, como os hippongas agiriam agora? Fui alternativa também. Disse algo que não se podia ser dito, nunca seria entendido e segui meu rumo. Ela queria estar ali, mas no meu aqui ninguém encosta. Becos, vielas e cá estou eu na porta de casa procurando a chave. Entro, tranco o portão ou tenho a impressão de que fiz isso. Entro em casa, abro a porta do quarto e no último suspiro tiro o papel do bolso: Morena, cadê você?
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