terça-feira, 25 de outubro de 2011

Individuais do coletivo.

Para mim eram os mesmos corpos e as mesmas feições. Não distinguia quem de quem porque sinceramente pouco me importava. E não é que eu menospreze as pessoas, pelo contrário. Eu as valorizo muito bem, talvez por isso seja seletiva no vai e vem desse aglomerado urbano. É tanta informação equivocada, é tanta gente errada. E cada metro quadrado se juntam mil idéias falhas de gente com medo de tentar, com medo de errar e até: Medo de conseguir. Estou nova demais pra pensar em uma velhice a sós com minha esclerose e estou velha demais para fingir que amigos imaginários me ajudaram nas horas difíceis. Mas minha relação complicada parte de mim e dos outros, a decepção é mutua. E não é que eu me menospreze, pelo contrário. Eu valorizo as qualidades que eu tenho, talvez por isso reconheça os defeitos igualmente. Minha relação particular e individual é um tanto doentia e desequilibrada. E se nem eu entendo minhas argumentações levianas e meus devaneios excêntricos, como posso cobrar de alguém a aceitação disso? E além do mais, cobrar que ainda assim conviva pacificamente com isso? Eu não entendo bem as relações humanas. Fico tentando entendê-las e só me perco no buraco negro que é ser um humano. E para terminar (ou seria começar?) a contrariedade: Com tudo, não vivo sem essa gente que se contorce entre bolsas e celulares, sem a falta de educação dos empurrões no metrô, o sorriso do português na padaria. Sem os chineses-coreanos-japoneses-indefinidos do karaokê na rua 13. Sem as risadas dos poucos e bons amigos que conseguiram vencer as loucuras que me afastam do mundo. Não vivo sem essa gente que vive e convive por querer, por amar e por ser... Gente.

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