sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Porta Aberta.
Algumas noites eu me revirava na cama e faltava alguém ao meu lado. Mesmo antes de abrir os olhos, eu sabia que uma fita de luz sairia da porta aberta e invadiria a sala de estar. E ela estaria lá, de frente para essa luz calma e terna que escondia a dor consumindo-a a cada tique taque do relógio. Seus olhos quase sempre fitando a porta, esperavam incessantes por ele que nunca chegava. Do outro lado da cidade, ele por sua vez, a essa altura deveria estar com a outra na cama, será que estaria com uma fresta de luz a lhe iluminar? Luz essa que devia lhe mostrar que algo estava errado ali. Ou não. Será que naquele momento, aquela imensa dor era necessária? Será que deveria existir essa sobra de pessoas em uma relação? Minha vontade era levantar, chamá-la para a cama e dizer que ele não viria e que ela precisava entender isso. Ela deveria conformar-se com a ausência dele, bem, era isso que eu deveria fazer e dizer. Afirmar que ela não necessitava de um marido, mas eu mal conseguia me convencer de que não necessitava de um pai.
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