sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Vulgaridades de noites fugazes.

Sábado a noite e todas as meninas se arrumam, se maquiam e tentam se equilibrar em cima de um salto alto. Saem desfilando com os pés incertos no chão, tentando impressionar aos que passam e olham. Sábado a noite os garotos passam seu melhor perfume, vestem sua blusa da marca mais cara e saem com seus amigos de mesma mentalidade para encontrar essas tais garotas. Essas coisas que a maioria já passou e que uma minoria ficou eternamente presa. Sábado a noite para todos, para mim é só um momento para ler meu livro sem a menor preocupação com status de relacionamento solteira, sem a menor preocupação para todos os tais amigos nessas baladinhas alucinógenas e passageiras. Vulgaridades de noites fugazes que nos roubam energia e mentalidade. E talvez eu esteja muito velha, talvez esteja cansada demais, talvez eu só queria repousar minha cabeça no seu ombro e fingir que nada aconteceu. Já que a condição é inviável, mudarei os canais, farei um brigadeiro e badalarei comigo mesma, mais confortável do que de cima de pontiagudos saltos, mais sábia do que sobre efeito do álcool, mais bem acompanhada do que em becos sinistros de ruas desertas. Fazendo algo racionalmente por mim, fingindo que não há motivo de correr por aí para reviver um tempo perdido que eu não perdi. Tentando buscar felicidade em infelicidades. Não há razão que me tire essa pantufa, porque não há razão nenhuma que me traga você.

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