domingo, 25 de dezembro de 2011
Longe de você.
Me pegou nos braços e me deu colo quando eu nem sabia o que necessitar. Cuidou dos meus anseios antes que eu os tivesse e realizou meus sonhos antes de eu dormir. Só agora pude ver que na verdade, éramos nós antes de eu ser eu. E tudo o que você fazia, me guiava aos teus caminhos naturalmente. Eu sequer percebia a complexidade de todos aqueles movimentos que trilhávamos nos nossos corpos e almas. Me marcou como brasa cada ano que se completava e junto dele todos os contornos que me criava. Obra de arte baseada nos seus sonhos, feita exclusivamente por suas vontades. E todo esse resguardo e proteção nunca pode um dia realmente impedir uma separação de bens nessa relação, um: Ei, isso sou eu. Isso aí é você. O que eu quero especificar é que esse texto está em primeira pessoa e quem está o escrevendo é exclusivamente a minha pessoa. Não há nós dentro de uma mente, que confusa, tenta criar um nova rota para esse trajeto. Um GPS mental seria bastante útil agora. Mas longe disso, migro sem destino ou caminho certo. Sem nenhuma placa que sinalize que logo a frente haverá algum lugar, ou alguém que possa me ajudar. Ainda assim, eu quero andar. Tanto tempo parada me fez ter a ligeira impressão de que meus músculos se atrofiariam. E por mais que a ideia possa parecer exagerada, o repouso realmente me trouxe danos. Não tenho preparo físico para tamanha caminhada. Mas calma aí, eu sento, respiro fundo, levanto e continuo. Afinal, finalmente chegou a hora de caminhar com minhas próprias pernas. Longe da pessoa que você criou. Longe de você.
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