segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Altamente corrosivo.
Toda a sua não aceitação e as coisas que não queria admitir nem para si mesma, eu via. Eu sempre enxerguei a feição que fazia quando dizia que me amava. Como se tentasse convencer a si mesma de que esse era o certo a ser feito e que eu era o cara para você. E talvez realmente fosse. Talvez nós dóis dessemos certo e passaríamos a vida inteira juntos, teríamos filhos e montaríamos enormes e belas arvores de natal. Mas essa paixão que mesmo linda, é passageira. É nítida a todos, inclusive a nós. Desde o começo as coisas foram bem claras para mim, por isso nunca posso dizer que fui enganado ou iludido. Até porque, o que você tentava me convencer também era o que você usava para se convencer. Dizendo que queria viver ao meu lado, mesmo seu corpo flamejando ao lembrar dele. Essas coisas que mesmo sem me falar, eu via nitidamente nos seus olhares perdidos na sala. E nos anseios que tinha, quando puxava meus braços em volta de si de noite. Quando sentava no meu colo como quem pede colo por ter acordado de um sonho e sabe que não pode mais voltar para ele. Não sei bem se cabe lhe pedir perdão por simplesmente não consola-la. Se você gosta tanto do seu sonho, volte a dormir. Se você realmente e sinceramente preferisse ficar acordada comigo, eu aceitaria de braços abertos nesse sofá. Locaria o mais belo filme de sua preferência e faria pipoca amanteigada. Será que você consegue entender e acima de tudo acreditar, que eu te esperaria se esse fosse o caso? Eu me renderia mais do que já me rendi e assumiria todos os perigos que você trouxesse junto consigo mesma. Mas não é e nunca será. Porque você estará lá, dormindo e sonhando. Enquanto eu vivo cada dia altamente corrosivo.
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