segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Olhos fechados.
Colocou o mais belo vestido, mas ainda assim não conseguia se equilibrar em cima dos saltos. Com o mais claro sorriso, ainda assim não brilhou tanto quanto as joias que deixam tão elegante. E uma flor no cabelo, que não era tão bonito e liso quanto o da outra. Mas ainda assim ela saiu, mesmo sabendo que aos olhares alheios não muito agradaria. E que nunca conseguiria ser como a mulher que habitava seu coração. Tão menina, desajeitada e despreparada. Se fazia de forte pra fingir que não se importava. Que nunca quis um amor desses e acima de tudo, não desejava alguém que a achasse a mais linda. Mas o que importa é que ainda assim, saiu. E foi atrás de outras flores, escutando aquela musica que tanto gostava e talvez alguém mais gostasse. E esse alguém gostaria de flores e de cabelos ondulados. Esse alguém poderia virar a esquina a qualquer momento, ou esbarrar nela na rua e ao se desculpar, iria ver no seu olhar que ali se escondia alguém tão mais profundo do que o evidente. Tão mais irracional do que o assimilável e tão mais admirável do que o esperado. Ainda com tantas qualidades, era difícil o auto reconhecimento. Pelo simples fato de todos naquela avenida terem os olhos fechados para tamanha diferenciação. Mesmo sendo das mais graciosas possíveis.
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