sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ausência.

- E não é que eu esperasse muito de você não. Na verdade, eu apenas esperava o mínimo. Mas sequer isso você foi capaz de fazer! E dessa vez eu não ficarei tagarelando, para você se irritar e me virar as costas. Eu ficaria aqui me remoendo como em todas as outras vezes enquanto você aproveitaria muito bem outra bebida ou outra mulher.
- O que você pensa que eu sou?
- O que você é eu sinceramente não sei. E nem quero. Mas o que você faz, eu sei porque você já me mostrou. E me perdoe você, mas eu não vou mais ficar aqui para ver.
- O que você está dizendo?
- Que é hora de viver a sua doença a sós consigo mesmo. Não vou me matar por você. Não vou deixar você me matar.
- Você está sendo dramática.
- Você acha mesmo que eu estou sendo dramática?
- Não.
- Você não vai me impedir, não é?
- Não.
- E como irá se virar sem mim?
- Eu ainda não sei.
- E quando saberá?
- Quando você for.
- Você quer?
- Não. Mas eu preciso. E você também.
- Andar com as próprias pernas?
- Andar sem as suas pernas.
- Eu fiz tudo pra você, além das pernas, te dei os braços, a boca, o afago. A porra do meu corpo inteira! Deus do céu... E eu sequer acredito em Deus, o que é que você quer de mim?
- O que você não me dá.
- Mas eu te dou tudo.
- Não. Você não me dá a ausência.

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