sábado, 25 de fevereiro de 2012
Virose.
Nos últimos tempos, consegui uma daquelas doenças que os médicos não distinguem ou solucionam e nomeiam de "virose". O mais incomodo de tudo isso sequer é a dor no estômago, o desconforto, o enjoou. Depois de tantas ressacas isso se torna de prache. E é exatamente a falta dessa ressaca que numero como a pior consequência dessa tal virose. Estou a uma semana sem álcool correndo pelos sangue. Arrasto os pés descalços até a cozinha, pego um copo de leite e volto para o sofá onde aproveito o frio artificial do ar condicionado por todo apartamento. Me escondo em um edredom e finjo mentalmente assistir mais um filme idiota e sem conteúdo algum na TV. Essa virose se tornou depressiva a ponto de que sequer saber como me levantar desse sofá. A cada minuto a mais sentado aqui, uma hora a mais de dificuldade para levantar. Não narrarei nenhuma tristeza pela solidão se foi exatamente a sós que encontrei a sanidade que me restara. Ou não. Algumas mulheres já me disseram que minto bem e talvez eu realmente minta, bem até para mim mesmo. E finjo que me incomodo mais em tomar leite do que meu estado emocional. Desde que esse apartamento se transformou no meu projétil de lar, sinto algo errado, como se faltassem os pilares de sustentação e o teto fosse cair em cima da minha cabeça em 3, 2, 1... Isso não é sobre virose, sobre apartamento, sobre ausência de pilares. Sequer fala de terceiros, por incrível que pareça. Se trata de problemas explícitos em cada coisa que me rodeia e me prova que o errado nessa história sou eu. Finalmente tomo coragem para levantar, mas meu estômago volta a doer e deito novamente. Começou outro filme romântico e esse alguma ex minha gostava. Só não me lembro ao certo qual.
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