quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Quatro dias.
Só um atalho para uma conclusão sem riscos. Medo de errar e talvez até medo de acertar. Durante quatro dias chorei a dor da suposição. E mais dolorida do que o sim e o não, me causou eterna aflição imaginar as tantas coisas que poderíamos ter tido, feito e sido. Para os tantos outros casos que podem ou não me consolar, me limito a dizer que largaria o mundo para te ter. Ponto. Só mais uma suposição entre tantas as outras. E nem os outros textos que escrevi para você consegui concluir, talvez porque tenhamos medo da conclusão também. Delimitar espaço para sentimentos que habitem uma convivência digna é demais para seres como nós, tão irreais. O amor não é prolixo, nós é que rebuscamos-o. Durante quatro dias chorei por esmerar uma história que poderia ser de amor, mas em seu primeiro parágrafo se tornou repetitivo e veio ao fim sem sequer ter chegado ao nível de desenvolvimento. É terrível concluir na introdução, não foi assim que eu aprendi, pelo menos. E isso me soava muito errado. Quatro dias inertes no escuro da sala tentando descobrir quais coisas eu deixei de fazer, até que na meia noite o relógio bateu e o barulho me fez acordar. Eu fiz tudo e dando tudo esqueci do primordial: A ausência. Não contive minhas palavras, não contive meu choro, não me contive e fui furacão, tempestade, demasiadamente eu. Bem que eu queria te narrar as milhões de histórias que me passaram a mente nesse tempo transformado em horas de angustia. Bem que eu queria que você simplesmente soubesse que eu imaginei mil respostas pro seu silêncio, mil maneiras diferentes para a única coisa que você não fez: Se importar. E talvez assim, no quinto dia, tenho conseguido escrever um texto para você ou sobre você, até o fim. Acho que finalmente me satisfiz com a conclusão desse enredo. Foram só quatro dias que nunca deveriam ter existido.
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