segunda-feira, 30 de abril de 2012

Nua e louca.

Sou agitada demais para dormir, tenho mente de artista. Ao deitar me transformo no próprio Van Gogh e enlouqueço. A cabeça a cento e vinte. Os pensamentos atingem mil. Nas noites solitárias escrevo meus textos, leio meus livros, vejo o único programa que ainda me interessa nesse lixo chamado televisão. Agradeço mentalmente pelo mesmo passar exatamente na madrugada, no começo da minha. A taça de vinho permanece em cima da mesa enquanto caminho de um lado para o outro da sala, desfilando as pernas nuas na casa vazia. Tiro a calcinha e paro na varanda de frente ao prédio da frente. Apenas o cigarro me cabe e rezo por um olhar perdido que me tire da monotonia. Me atice, me tire daqui. Agite minha noite e me canse até finalmente me fazer dormir. Me ponha de quatro, de lado, me vire dos pés a cabeça, mas me canse. Deixe-me gemer, arranhar e arrepiar você. Também te perturbarei. Desde que me ajude a fugir da mesmice diária que é viver a sós. Ninguém olha e volto em busca do copo. Novamente acabo nua e louca.

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