segunda-feira, 30 de julho de 2012

Paraíso.

Parafraseando Tati Bernadi, no primeiro encontro, só faltou você aparecer de vestido de noiva. Tamanha era a identificação que tivemos, desde o primeiro encontro. Desde que sua voz se empolgou, os olhos brilharam e lá estava você falando do Leoni. É, o cantor. Quando meus ouvidos escutaram, os olhos fitaram você imediatamente. Lá estava eu, começando a ser hipnotizado sem sequer perceber o que me esperava. Dias se passaram enquanto minha dispersão e minha preocupação com problemas rotineiros à morte da bezerra, me fizeram não perceber que logo você já estava ali a me esperar. Talvez por nunca imaginar que eu seria forte, alto, gente boa, o suficiente. Porque eu sei que meu gosto musical é bom e que até sou engraçadinho... Mas daí, a te ter como mulher é uma jornada que sequer cabia a minha simples e pobre imaginação. Quando naquele dia de pleno carnaval, sua voz embargada, minha cabeça girando, o momento mais inoportuno do mundo para a minha ficha cair. Você estava afim de mim! E novamente, sem jeito, foi difícil manosear a situação que até então não havia provas. Afinal, eu ainda poderia estar querendo acreditar em algo que não existia? Ou existia e eu não queria acreditar? O que estava bem diante dos meus olhos era o mais incrível presente que já ousara aparecer sobre meu campo de visão. E lá estava eu agindo feito bobo como de costume. Quando te vi, de camisa azul marinho e calça jeans, nervoso, te abracei. As mãos tremendo, o peito aberto, um pássaro que saiu da gaiola. Naquele exato momento te entregava meu coração. E quem de nós poderia prever? A meses, diariamente, me permito se perder. Vou me entregando e deixando nas suas roupas, na sua cama, no box do seu chuveiro, mais e mais de mim. Como pétalas que vão formando um caminho, uma trajetória sem fim de amor cotidiano, rotineiro, repleto de erros e acertos. Mas é nosso. Graças aos acasos mais improváveis, ao Leoni e ao meu jeito desajeitado. Graças ao seu olhar que meio cego, enxergou além do que todos podem ver. Eu amo você e sussurrar isso baixinho entre seus lábios entreabertos, é o que se pode chamar de paraíso.

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