segunda-feira, 30 de julho de 2012

Por fim.

A mesma pilha de roupa suja que se junta ao aglomerado desordenado onde deito e durmo todas as noites. Abro as janelas para o cheiro de cigarro parecer menor. Saio sem saber para onde ir, apenas querendo fugir de uma família neurótica com pensamentos mais neuróticos ainda. O tipo de coisa que quando somos mais novos, parece o fim do mundo, mas agora só faz parte do mesmo caos que esse quarto sujo. Não bastasse todos os consecutivos, intermináveis e irremediáveis problemas que finjo esquecer em mais um copo, uma psicopata viciada em cocaína se apaixona por mim. E nas suas palavras desconexas, levanto da mesa e vou embora. Deixando-a perplexa desnecessariamente, já que até ela, no auto de sua insanidade deveria perceber que loucura por loucura, minha ex psicologa entrou em depressão profunda e quase matou o marido depois de algumas conversas comigo. Talvez tenha virado lésbica. Não sei. Dois quarteirões parecem uma eternidade, as ruas escuras, mal cheirosas, com alguns bêbados caídos no churrasquinho deprimente da rodoviária. Vou caminhando para meu último abrigo, minha segurança... Você está pendurada na janela. Grito, esperneio, me contorço de raiva, me enfureço, xingo... Você continua, achando graça de se pendurar do terceiro andar sobre fios de alta tenção. Por fim, sento, quero chorar, mas minhas lágrimas secaram a algum tempo e tudo que consigo fazer agora é dar três passos e me jogar na frente de um carro que passa na avenida.

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