sábado, 11 de fevereiro de 2012

Toda minha.

- Você é linda.
Me surpreendi e logo depois me desconcertei. Não que ele nunca tenha me dito isso... Depois de anos juntos, já escutei essa frase em todos os tons e posições possíveis. Mas estava eu aqui, descabelada, desajeitada e com uma camisa velha e surrada de banda que ele havia comprado aos 17 anos. E o que ele estava achando lindo aqui?
- Obrigada.
Olhei para baixo encarando os farelos de pães que haviam na mesa, a xícara com café até a metade e jornal no canto da mesa. Me levantei, peguei o jornal e voltei a sentar. Não dando muito atenção aos seus afazeres em torno de mim, provavelmente pensando no que iria comer. Comecei a murmurar palavras baixas de indignação com o que lia e assim fiz até quase no final da página ouvir uma risada baixa atrás de mim. O murmurinho vinha dele sentado na pia da cozinha, me olhando com uma xícara de café na mão.
- O que foi?
- Eu estou rindo.
- Sim, isso eu já notei. Estou perguntando do que está rindo.
- Você ainda fica muito atraente irritada.
Me desconcertei de novo e logo depois me levantei e fui em sua direção sem saber bem o porque de tudo aquilo está acontecendo. A dias conversamos muito, conversamos sobre música, sobre política, sobre religião. Sobre todos os assuntos que fizeram com que eu me apaixonasse por ele. Baseia-se resumidamente em sua inteligência, personalidade e opiniões que quase nunca são iguais as minhas, mas sempre de um outro ângulo igualmente sagaz.
- Há dias você só fala disso. Eu sei que andam acontecendo muitas coisas no Planalto Central, e eu sei que o seu gosto musical rende assuntos inesgotáveis. Mas eu não casei com um Crítico de Arte, de Cinema ou de Música. Eu não casei com uma agnóstica profissional e muito menos com uma revolucionária. Eu quero a minha mulher. Me dá ela hoje, por favor?
Fui em sua direção sem sequer pensar em uma resposta. Não havia nada que eu quisesse dizer, mentalmente até soletrei um obrigada, mas resolvi demonstra-lo ao invés de pronunciar. Puxei sua cueca e abocanhei com a boca. Chupei, lambi, agi. Ele puxava meu cabelo, pressionava o rosto, esfregava na cara. Desceu, me pegou no colo enquanto gemia aquelas coisas sacanas que só eu sabia dizer.
Não consigo me recordar quando gozei assim pela ultima vez. Qual outra vez meu corpo se atiçou, arrepiou e eu fiquei tão molhada. Nada me importava agora além de todo esse suor e calor que eramos, inspirávamos e sentíamos agora.
- Você é gostosa. É muito, muito gostosa.
- E sou sua!
- É. Toda minha.
- Então diz.
Sussurrou em tom baixo na minha nuca.
- Minha gostosa!
E foi descendo a boca pelas minhas costas, chupando, sugando e deixando suas marcas como as que eu deixei cravando as unhas nas costas dele. Mordeu minha bunda, apertou minha cintura e a puxou, me virou socando meu quadril no chão e antes de eu terminar o gemido de dor, comecei a arranhar as unhas na madeira enquanto inclinava o corpo para trás. A língua quente passando no molhado o dedo entrando, a mente revirando. Porra pra todos os problemas do mundo. Foda pra nos curar.

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